Atravessou a rua ressabiado. Passou por ela do outro lado, e o azedo do cigarro ficou na bituca arremessada. Todos os conflitos foram apaziguados pelo denso gole d´agua. A garrafa guardou na mochila, e fitou rápido a menina que o fazia doce. Descia lenta, e ele podia até calcular o ponto que a encontraria na rua.
Virou as costas um momento. Organizou as idéias em tópicos fluentes e coesos, e tinha certeza de não titubear mais. Iria até ali e nenhuma mazela o faria distanciar de seu objetivo. Respirou fundo e se virou. O sorriso caiu atônito, e tudo escorreu no bueiro mais próximo. A multidão a engolira. Olhou pra cima cheio de sarcasmo antes de suspirar:
- Maldito Baudelaire.