Era simples o dilema. Se ela ligasse até a meia noite, teria enfim trancado os medos no cômodo ao lado, ou mesmo pra fora da janela. Estaria apta a sinceridade e a cada palavra empurraria o eixo do mundo dele um pouco mais pra cima. Dali veria as coisas mais simples, independente do que fossem. Desligaria o telefone depois de um bom tempo, sorrindo por saber o que fazer assim que acordasse.
Mas ela podia não ligar. E se assim, não teria bússola nem estrelas pra mais uma noite que seguiria perdido. Resolveu assim colocar um pouco de açúcar na enésima caneca de café. Viu-se amargo demais.
1 comment:
Quem sabe ela precisasse achar em si a própria bússola.
As vezes, a gente se orienta, e até encontra o caminho, por meio do que é torto, turvo, confuso...
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