Wednesday, January 17, 2007

Lamparinas de meu eu.

A foto do passado recente já não causa mais comoção. Passou apenas a ser foto, retém ali um outro eu onde o eu de hoje não caberia. A mesma foto hoje sairia igual, mas pouco provável que ficasse na cabeceira. Cairia na gaveta das coisas que passaram e mereceram um registro, e são elas tantas que seria apenas mais uma.

A foto da cabeceira de hoje saiu da mesma gaveta de ostracismo, mas saiu elegante. Galgou um caminho com classe por cima das outras, sabia que não merecia estar ali. Fez acender cada lamparina do meu céu e tocar cada sino de vento das janelas de meu eu. E é por isso que já não caberia no eu da outra foto ou em qualquer outro que fui.

4 comments:

Unknown said...

é de entender os sinais que a vida se faz tão óbvia e tão imprevisível.


Merecia uma ligação na madrugada.

Anonymous said...

Pedro e a nostalgia. Essa parece ser o tema central da sua obra. Fellini certa vez disse: "Eu minto tanto que tem uma hora que não consigo distinguir o que é mentira e o que é verdade". Está não é uma citação à toa se levarmos em conta o fato de Fellini ter trabalho tanto e tão bem com a memória. Pedro, aí vai um recomendação: "Assista Fellini"!

Anonymous said...

Pedro e a nostalgia. Esse parece ser o tema central da sua obra. Fellini certa vez disse: "Eu minto tanto que tem uma hora que não consigo distinguir o que é mentira e o que é verdade". Está não é uma citação à toa se levarmos em conta o fato de Fellini ter trabalhado tanto e tão bem com a memória. Pedro, aí vai um recomendação: "Assista Fellini"!

Anonymous said...

noites de cabíria!
giulietta masina o espera. alugarei.