Tinham sentado-se brevemente nos azulejos, lado a lado. Ignorando o velho e rude banco verde de madeira e ofertando-lhe em troca a cortez presença no centro da foto, aconchegaram-se cada um à sua primordial maneira. As mãos desceram habilmente ao nível dos pés, esticados em direção a rua, e não se fez de rogado antes de percorrer a maior parte da distância que a separava pela espera relutante da outra mão. Quem sabe não tivesse absorvido ainda tal intensidade, ou então, compreendido e visto nela uma cruel fraqueza fantasiosa.
As plantas dos canteiros da praça, coube de forma obcordada compor parte da moldura; o resto ficou à cargo do céu e os medianos feiches de sol que escoavam pelas folhas do um ipê amarelo. O vestido com pequenas violetas destoava um pouco da camisa com listras dele, mas ninguém havia notado. As mãos se entreolhavam indecisas pelas ações, afinal, não era muito tempo, tinha o que, menos de meses, mas se encaravam com propriedade e prestes a um arriscado passo.
A delicada música do realejo ao fundo dançava com os lábios, e bastaria que as mãos se encontrassema para começar a girar lenta a meticulosa engrenagem que os juntaria. O pacote caído de pipocas era a representação de que pouca coisa importava ali. Os olhares fitavam-se de velhos, e breve cairia por terra todas as precauções que os impediam de se apaixonar.
Há poucos metros deles, tragava com cautela o último trago do cigarro. A cinza caia grande ao mesmo tempo em que apertava o botão e sua cara sissuda começava a virar sorriso.
5 comments:
OOO sr. Pracchia !! Abres uma conta amigo !!!! =P Nem me ligou em ...bj
Aliás....só hoje li o texto...hehe.... sorry....mas gostei da leitura...
Viva a arte da descrição...
tão rara hoje em dia.
Um bjo, querido.
Meu Deus! Q descrição encantadora...
Lindo, lindo!!
Bjaoo sorvete
conscientize-se
www.usoconsciente.blogspot.com
Ahhh pedro.. vc sabe q sou sua fã!!
Texto lindo, como sempre (apesar de eu demorar pra ler :P)
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