As singelas batidas da sola do sapato marrom claro denunciavam que pouco importaria se haveria chuva ou neve depois do fraco sol. Suficiente apenas para agitar o cachecol verde e bege em seu pescoço, o vento soprava-lhe a calma de que tudo daria certo. O contraste entre a flor vermelha e a rua sempre verde enobrecia seu caminhar.
Assim que passou pelo canteiro de rosas brancas estremeceu. Ele a viu por ali lendo por seus óculos de aro fino, sentada bem na frente do canteiro, alguns poemas e contos. Depois de um tempo fumaria com doçura e leve desprezo o cigarro, e quem sabe o chapéu vermelho ao lado não fosse apenas para que se o sol aumentasse. Em pouco tempo levantaria, arrumaria o cabelo castanho e, com os livros na bolsa lateral e o chapéu na outra mão andaria leve a ponto de fazer o tempo parar para que pudesse ir embora.
Corria para lá todos os dias, assim que a manhã começava a tomar os espaços da lua. Ela teria de voltar ao menos uma vez.
4 comments:
Cenas como essas descritas de forma tão singela hão de se repetir, ainda que seja em outras paragens e com outros motivos inspiradores. A cidade de corpo europeu - mas alma latina - constitui-se como uma experiência das mais enobrecedoras, a ponto de gerar textos sensíveis como esse último. Quem sabe outros ainda serão escritos com a mesma qualidade e sobre outras cidades...Montevideo, Santiago, Ciudad de Mexico...
cada dia uma paixão sempre pela mesma garota singela.
volverás un día.
palvras coloridas.
o vermelho, o verde e o branco sao gritantes Pedro!
para pedrinho, vc é mto bom!!!
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