O espaço vazio ainda fazia impor o respeito de quando freqüentava a cama dele.
Dividir a cama com quem não está lá é doloroso, e respeitar esse espaço nostálgico era deprimente, mas não o fazia de outra forma mesmo consciente de tal mazelas. Sentia certo prazer em chorar observando o nada entre as ondas dos lençóis e o colchão.
Na dor cotidiana tentava entender porque não. Com a nuca apoiada nas mãos e o lençol presente em metade de seu corpo, divagava sobre seus demônios. O cigarro fumava apenas depois de certa hora, mesma que ela costumava dormir. Não gostava que ele fumasse, e mesmo assim o fazia na janela todas as noites, enquanto bebia o quarto de vinho que insistia em sobrar do jantar.
Nesse dia arremessou a garrafa cheia pela janela e se perguntou porque não disse:
- Fica.
3 comments:
quero te dizer ao pé do ouvido tudo o que senti ao ler este.
não quero dizer nada ao pé do ouvido, combinado?
gostei bastante do final deste. parabéns!
só não se esqueça de passar no meu flickr atualizado, hã?
http://www.flickr.com/photos/soslaio/
Pedro,
Seu blog é bacanudo d-e-m-a-i-s.
E os textos que vc escreve mais ainda. Amei! Beijocas!
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