As coisas iam e vinham com tamanhas turbulência e intensidade que nada conseguia segurar. Maturavam enquanto flutuavam como borboletas pretas e amarelas nas quinas perto do teto, nas teias de aranha do lustre e nas frestas atrás dos móveis. Fugiam às suas mãos com destreza a ponto de se fazerem perto demais para que não perdesse o desejo por elas.
Tentou por vezes subir na estante para agarrá-los, e na queda pensava esmagar alguns, mas os via sorrirem enquanto corriam longe o banstante apenas para que presenciasse o deboche. Passou dias à fio na cama assistindo suas danças, e súbito jogou a colcha por cima deles. Para nunca mais perde-los, costurou um a um em sua pele.
6 comments:
Retalhos de lembranças.
obrigada por esse retalho especial, Pe.
Salve meu querido Pedro.
Continua escrevendo bem hein.
Isso ae, abraços!!
Pedro, vc sempre utilizando a casa (geralmente o quarto) para mostrar os sentimentos das pessoas. Acaba servindo como uma metáfora de um estado de espírito. A solidão faz com que nos misturemos aos nossos objetos e nos tornemos tão tristes quanto. Eu sei como é isso.
Meu sorvete... como escreve bem!!!
Poucas palavras q tocam...
Bjao meu bem
gostei bastante.
=)
as descrições são o que mais gosto.
Great!
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