Atravessou a rua ressabiado. Passou por ela do outro lado, e o azedo do cigarro ficou na bituca arremessada. Todos os conflitos foram apaziguados pelo denso gole d´agua. A garrafa guardou na mochila, e fitou rápido a menina que o fazia doce. Descia lenta, e ele podia até calcular o ponto que a encontraria na rua.
Virou as costas um momento. Organizou as idéias em tópicos fluentes e coesos, e tinha certeza de não titubear mais. Iria até ali e nenhuma mazela o faria distanciar de seu objetivo. Respirou fundo e se virou. O sorriso caiu atônito, e tudo escorreu no bueiro mais próximo. A multidão a engolira. Olhou pra cima cheio de sarcasmo antes de suspirar:
- Maldito Baudelaire.
8 comments:
Grande Pedro,
muito bom o modo poético e casual deste blog.
Passarei a frequenta-lo regularmente.
E foda-se o acaso...
Poxa Tinho, entçao quer dizer q vc me vê na rua e nem vem falar comigo, poxa vida hein...
hahahahahha
Muito lindo e como escreve bem... uma delicinha de ler! hehehe
BJao
fez as pazes com o acaso?
Sr. 'acaso', o cara de humor incomum e incompatível com nossas expectativas meramente humanas.
Repito o questionamento acima, resolveu-se com ele, afinal?
...
textos muito bons, degustarei todos, aos poucos!
e ela lhe disse olá
Meu caro amigo, um belo recorte de um diálogo interrompido pelas forças ocultas que separam uns aos outros... bons textos, como sempre um observador louco pela vida, me liga mais tarde, temos coisas a fazer.
O Blog do Pedro anda meio parado por esses tempos... acho q é culpa da menina da blusa de "bolinhas pretas"....
Bjinho
pois é! Maldito!
Coisa bonita por demais menino!
escreva sempre, sempre!
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