Thursday, July 19, 2007

Meados.

Enconstado na parede, assistia o desdém que o sorriso dela tinha pelo mundo. Passeava por entre as pessoas e, segura de si, lhe pediu um cigarro. Lamentou quieto antes de dizer que não fumava, e não se fez de rogada em deixar o vício bobo de lado. Uma sincera expressão dócil e os olhos deles acenderam as velhas lamparinas que sempre soube que dela eram.

As pessoas, como as cervejas e os cigarros em volta mal atingiam seus sentidos. Era agradável só perceê-la. Um tímido gole fez molhar-lhe a secura da boca sem fugir os olhos. Os cabelos já não mais coloridos dela sentiam o vento e sem pausa as coisas encaixavam-se. Experimentou tocar-lhe só com o pensamento, e logo deslizou as costas da mão nas faces enrubrecidas.


Não ousou desviar momento sequer seus olhos. Em pouco tempo, as mãos percorreram as costas e o abraço cauteloso e confortável fizeram-lhes acreditar que amanhã acordariam sorrindo.

7 comments:

Anonymous said...

você sempre fez belos textos de amor.

Unknown said...

os teus textos sempre me fazem tão bem, é algo inexplicável.

Unknown said...
This comment has been removed by the author.
Unknown said...

poeteiro vc ein mano?

Ju said...

E depois do abraço??
Adorei, como sempre!!!

Bjinho

Felipe Held said...

Fazia tempo que eu não caía no seu blog, boiolinha.

Bom saber que a mão continua boa pros textos. Agora, precisa estar boa pra mais algumas cervejas.

(Foi mal. Em julho, por causa do Pan, eu mal tive tempo de curtir as férias)

Anonymous said...

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