Saturday, February 07, 2009

Ruptura.




A chuva caiu densa e inusitada. Inusitada não, porque já chove há muito tempo em São Paulo, muito em muito pouco tempo, pra depois vir o sol. Chover dessa maneira desencoraja muita gente a sair de casa.

Tanta chuva trás seus prejuízos. Aos poucos, a água foi enchendo a calha (que confesso não limpar há muito tempo) de folhas e sujeiras outras que encontrava pelo meu telhado. O acúmulo formou uma piscina em certo trecho, que não consegue escorrer pelo cano até o quintal: forma-se uma grossa cachoeira, acima da janela da cozinha, impossibilitando qualquer tentativa de refrescar-se com o vento (além da chuva, faz sempre um calor infernal).

Assistia a chuva pela porta de vidro da sala de jantar. Quando percebi, a cachoeira já inundava o vaso. A pequena planta, ora imponente e altiva com suas flores roxas, jazia vencida pela força das águas barulhentas. Corri, mas não ao ponto de salvá-la. Enterrei-a junto com o vaso no canteiro externo da casa, onde sempre enterro minhas coisas, e voltei a fazer o café.

4 comments:

Anonymous said...

Compre um guarda-chuva e vá à floricultura. Traga de lá uma nova semente da mesma planta e cuide bem dela dessa vez.

Aline Scátola said...

está mais espontâneo.

Anonymous said...

ganhou referência aqui: http://sandubadequeijo.wordpress.com/

Bruno Portella said...

Ganhou referência lá no Sanduba!

Bom conto, acho que é 'traz' e não 'trás', mas quem sou eu pra saber algo.

Vampiros viados no Sanduba!