Friday, December 22, 2006

De Tito a Brunnen.


O espetáculo corria bem. Do estilo New Orleans, permeado por todas as vertentes que o fizeram desde o blues no seu lado coral do sofrimento dos negros americanos, aquele jazz emoldurava um fim de ano atípico, mas nem por isso menos prazeroso. A companhia saia há poucos meses do fundo da gaveta das pessoas que passam pela vida e ganhara status de melhores acontecimentos dos últimos tempos. Intrigado, passou a admirar os momentos em que lhe passava a garrafa d'água, onde os dedos por mais que inocentes se tocavam. Logo virou brincadeira, onde polegares, indicadores e dedões se enfrentavam vigiados de perto por olhos atentos. O braço tomou o contorno do pescoço dela e o beijo pareceu tímido, como tantos outros seriam aquela noite, e foi reconhecido por aplausos que como eles tinham esquecido do pequeno clarinetista Tito.

O quinteto de Tito deixou seus pontos. Na cerveja de depois os assuntos foram muitos, e distantes deles reestruturaram seus amores. O chopp escuro foi a saidera, e o brinco que caiu virou suvenir passageiro. Despediu-se e agradeceu a carona ao sair do fusca verde abacate, imponente como só, vestiu o terno e acendeu um cigarro. Quantas cervejas ainda não seriam tomadas em memória.

1 comment:

Unknown said...

o ato dois está por vir.


fiz um presente pra ti ;)